Pular para o conteúdo principal

OLHOS POR CAMINHOS

Meus olhos andam por caminhos avessos - às vezes - e nem sempre há retorno depois da curva. Se houver, nem por isso devo voltar, afinal, voltar é para quem pensa que o que vale é a chegada - para mim, o melhor é o ir - sempre - por isso este eterno sair de mim - este eterno ir de mim a mim - este ir - assim - sem volta, sem fim.

Comentários

  1. as vezes tambem me sinro assim...ir para sempre e nunca mais voltar, nem pra ver o que ficou, nem pra ver o q cresceu...so' viver um dia apos o outro ate o caminho acabar.

    ResponderExcluir
  2. É Le, você é realmente incrível, suas palavras são expressões magnifica da roda da vida desse ir e vir, dos desencontros, dessa busca incessante do auto conhecer...caramba vc é porreta de bom rsrs te adoroooooo, já falei e repito sou sua fã de carteirinha. rsrs bjs saudades muitasssss...

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

CASULO

A cara no quadro na parede da sala da casa da rua Antônio Bezerra da cidade de São Paulo no Estado de São Paulo no Brasil na América do Sul no hemisfério sul no planeta terra no sistema solar na via láctea no universo... este mísero, ínfimo, infame, faminto universo fêmea em que a cara está presa pra sempre no quadro preso pra sempre na parede presa pra sempre na casa presa pra sempre na rua que prenderam pra sempre a um nome cujo dono ela nem conheceu - nem ela nem eu. Eu que olho minha cara presa na cara presa no quadro da parede que vai, aos poucos, ficando velha como o resto todo deste universo fêmea, faminto, infame, ínfimo e mísero em que me encontro sem espaço pra sobreviver a mim e a expansão do que há dentro em mim. Em mim, não no quadro nem na parede nem na casa nem na rua, muito menos no Antônio que emprestou o nome à rua que aprisiona a casa que aprisiona a parede que aprisiona o quadro que aprisiona a cara que aprisiona eu.

SER POETA SEM SER

Ah, esta luta esta labuta Cá estou num avesso de digestão a gerir palavras em vão! Ah, a crueldade do poema! A dor de cada verso A dor de saber-se assim Imperfeito assim Assim feio... Por que não calar de vez a voz? Por que insistir assim? Édipo cego sem pai sem mãe sem luz Em busca de ver com mãos e bocas a poesia que me habita e que me falta Está em mim, sombra em mim... Mas não é minha, não de mim Se a toco de leve foge, se a estupro finge-se de morta e eu, enfim Finjo-me assim De poeta sem ser.

SEM DOMINGUINHOS

(ao grande Dominguinhos) E o Brasil, de repente, ficou frio Até neve do céu se jogou, caiu sanfona quieta no canto palco velho - vazio... E os domingos podem, agora, ser só domingos, de novo... um pouco mais tristes menos sanfona menos memória Só domingo... não dominguinho Só domingos... sem Dominguinhos.