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Mostrando postagens de setembro, 2013

MENSAGEM

Intimidade é aquela coisa bem gostosa que preenche nossos silêncios,  que completa nossos olhares,  que sustenta o nosso amor. E como é bom saber que a sua presença basta.  Estar ao seu lado dispensa dicionários  - não ... eu não preciso de palavras pra dizer o que sinto nem de música pra dançar no seu abraço.  Preciso só deitar no seu peito e sentir que nele mora meu carinho.  Que no melhor canto  de você tem uma foto minha a te sorrir  E que o som da minha voz dizendo seu nome é o que vai contigo, tatuado na lembrança do teu corpo. E não há noite que eu durma sem ouvir de ti um 'durma com Deus'.  Se não ouço com ouvidos, ouço com o coração, sinto com a alma e, então, durmo, enfim, dentro de ti ainda que não esteja aqui.

O POETA

De repente, é tempo de colheita.  O plantio que se fez tão lento agora espreita a hora do fim da espera, do fim do estio e brota na palma da mão que lê  aquilo que habita além do véu dos sentidos no fundo do olhar que crê na chuva bênção em nuvens crespas contida De repente, assim como quem ara a terra, como quem escuta o chão, como quem colhe primaveras um lavrador - com sementes na mão pés descalços, olhar fixo no horizonte além e passos...  muitos passos a passarear - segue rastros e, ao mesmo tempo, constrói casto uma estrada de sonhos,  de pedras e  de palavras.

Por tudo aquilo que o tempo não cura

Algumas sementes - ansiosas - explodem antes de na terra tocar.  Outras, sossegadas, esperam o próprio tempo delas se cansar.  E, finalmente, as sementes das mais frondosas árvores aguardam calmas, porém atentas a seu tempo, porque sabem  que, pra tudo há o momento exato e reconhecem quando é tempo de brilhar. O tempo, enfim, é o senhor dos destinos,  compositor dos traços de minhas mãos,  compasso de minhas curvas,  batuta soberana que me (des)afina a voz. É o que diz meu nome e me acorda um pouco menos eu todo dia.  O tempo está em tudo e em tudo se faz vivente. E é assim que ele se faz protagonista em "Por tudo aquilo que o tempo não cura"

PRECE

Deixe-me sair de mim descaminhar passos dados ir lá fora - no quintal da minha saudade -  apagar o sol no chão riscado e deixar a chuva chover de novo  Depois me deixe tirar da montanha a maldade de esconder de mim o primeiro beijo da lua  no mar / deixe-me sair de mim / destampar o tempo do meu passado e mergulhar no sem ar do esquecimento que mora depois do último adeus adeus...

CORTEJO

Como foi pra ela perceber-se dispensável? Apagar-se do retrato ainda por ser tirado? Tirar o último pó da estante - enfeite por enfeite -  Aguar as plantas pela derradeira vez, adivinhando a prematura morte seca  em cada folha, em cada gesto -  sem água,  sem ar, sem uma última vez sentir o cheiro do mar

PIPA

Toda criança é um poeta Criança vê poesia em tudo o que há... em tudo o que é Não há poema maior que uma criança a sorrir que uma criança a brincar  poesia maior não há