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Mostrando postagens de junho, 2009

OS FELIZES

Invejo doidamente os felizes Não por serem felizes Mas por serem felizes apesar da vida Invejo-os nas fotos felizes E em cartazes de vidas felizes Espalhados por ruas De calçadas felizes Felizes, apesar da vida Invejo-os nos comerciais De famílias felizes Com cães, gatos, peixes... Rinocerontes não Invejo mais ainda as canções de amor Especialmente as canções de amor. Os compositores Os cantores Eles me cansam, Não porque compõem Não porque cantam Mas porque não são felizes Como merecem as canções de amor As canções de amor Ah, como invejo as canções de amor! Invejo doidamente os felizes Não por serem felizes Mas por serem felizes apesar da vida Como ser feliz apesar da vida? Como ser feliz e pensar? Como ser feliz? Como?

NO FIM DO FIM

A valsa nunca tem fim Esse eterno três por quatro vai eternamente viver em mim, eu sei Em algum canto perdido há um canto perdido E uma soprano desafina na paisagem É doce sua lágrima. Ela chora Ao longe o eco faz lembrar a valsa A mesma valsa Sempre a mesma valsa Quando a bailarina do alto despenca E em um milhão de giros desmaia É a parte dela que arrepia que me diz quem sou É a parte da soprano que emudece que me diz quem sou É a valsa sem fim na esquina de seu fim que me diz quem sou Por isso insisto na valsa, na voz, na dança que me diz, enfim, assim, sem dizer quem sou eu Quem sou eu no fim do fim.