Antes era tudo um porvir. Hoje já é tarde demais. Amanhã nem sei se haverá. O tempo é ímpio. Não quero o ópio nem o ócio dos afogados. Quero o silêncio do pensamento mudo e alheio a mim. Quero o ódio dos ossos escravos da musculatura vã que me arrasta pelas calçadas ébrias de tantas noites de caladas luas e mulheres nuas. Todas as carnes, suas carnes cruas. Fatal catalepsia que me assombra as madrugadas de tontura e solidão.
PALAVRAS NA POESIA DA PROSA NOSSA DE CADA DIA Blog de poesia e prosa ou prosa e poesia - enfim - textos, versos, rimas e não-rimas - sentimentos transformados (transtornados) em palavras. Para cada instante um texto. Para cada texto uma vida inteira