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Mostrando postagens de setembro, 2016

SE O RELÓGIO...

Se o relógio só pode marcar um instante a cada instante... Vive, pois, de matar e desmatar instantes o relógio É como a queda d'água parada diante da própria queda ou como o paraquedas aberto depois do fim da queda É como o suicida que desiste do suicídio embaixo do trem ou a viúva que insiste no esposo depois do último palmo de terra Se o relógio só marca o agora então ele nada marca O ponteiro do segundo é um eterno atraso lento somado a um pra sempre amanhã é o intervalo entre o fôlego e o afogamento a ponte entre o nunca e o tanto faz a janela aberta pra dentro o piano sem cordas a corda no pescoço morto a pena na mão muda a derradeira palavra vã que dita é poeira no vento e muda é poesia sem ventre... é nada Se o relógio só marca o agora ele, então, marca o nada.

ANTES DA LABIRINTITE

E então ela disse-me assim: Não se gaste demais com quem  ainda está atravessando a primeira parede dos parênteses... Não se prenda demais a quem ainda está tropeçando no segundo ponto das reticências...                                                  Não Não se perca demais por entre as penas de quem ainda cruza as pernas  com cara de que entendeu os desentendimentos E não finja demais ser como os demais isso de querer tanto parecer tonto como os tontos ainda vai te causar uma labirintite.

ESTIMA