Faz dias já que nem me reconheço mais cá de dentro do meu silêncio turvo onde jaz a palavra-porta que, aberta, é cais fechada é retrato-mudo fadado ao lilás da parede lilás que cerca... que nutre, mas cega E de mim para mim fechou-se à chave a porta de trás não a que nunca se abriu, mas só a que sequer existiu... Agora a porta escancarou o retrato-mudo mudou e a parede própria desprendeu-se - já... Agora a fotografia revelou o que o olhar que nela está a se olhar por tanto tempo cegou: - revelou que no olhar atrás do olhar existe uma pirâmide, uma prisão um quarto vazio um assobradado E dentro um homem espelho carne assombrado por outra identidade nos olhos outro cartão postal e digitais outras nos dedos mesmos nele, tudo é outrem tudo ontem... tudo assombra nele tudo sobra tudo sombra.
PALAVRAS NA POESIA DA PROSA NOSSA DE CADA DIA Blog de poesia e prosa ou prosa e poesia - enfim - textos, versos, rimas e não-rimas - sentimentos transformados (transtornados) em palavras. Para cada instante um texto. Para cada texto uma vida inteira