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Mostrando postagens de outubro, 2010

NO ESPELHO DO TETO

No espelho do teto, um corpo nu sobre o meu - inteiro meu - inteiro nu Era um corpo em convulsões a me convulsionar os sentidos todos. Misturados no espelho - os suores se confundiam - a pele se contundia o som ensurdecia - só o ritmo do corpo nu no espelho com o meu não se perdia Sem pressa de acabar - sem medo de acabar - sem nunca mais acabar. Pelos pelos corpos pelados - no espelho desaparecia inteiro um corpo no outro Fundidos - confundidos - infindos minutos de samba enredo acelerado - Cada vez mais acelerado E as línguas eram milhares - e os dedos cavucavam cavernas em carne viva - e as mãos apertavam carnes e as carnes molhadas mordidas marcadas No espelho do teto, um corpo nu sobre o meu - inteiro meu - inteiro nu com fome com sede com ânsia... Um corpo - no espelho do teto - dois no chão da cama. Milhões no gemido final - no mel dos corpos nus  - úmidos e unidos - nus igualmente nus...