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Mostrando postagens de novembro, 2013

ESCREVIVER

Escreviver a vida é preciso... vivê-la apenas.... ... Ah, de que serve vivê-la só? Quando eu morrer, quero voltar e catar pela estrada as sementes de poesia que plantei pelo caminho e que não brotaram                             - que dessementiram -

PEQUENO TRATADO DOS QUE NÃO PASSAM

Creio que do amor, sei melhor escrever sobre do que, de fato, vivê-lo.  Mas sei dizer que algumas pessoas nos marcam com uma espécie de sentido a mais que entra em contato com um sentido a mais que vive em nós.  Algumas pessoas têm o estranho poder de imprimir suas vidas nas nossas, de se deixarem tatuadas em nós... e então pra onde quer que olhemos, é como se víssemos vestígios, pegadas, rabiscos ... como a criança que pega o doce na geladeira, mas deixa seus dedinhos gravados na porta...  Algumas pessoas, mesmo em nosso passado,  não passam... fica delas sempre um aroma no ar, um sabor na boca, um toque na pele que já não há...  O fato é que não passam, porque elas, de fato, não estão em algum lugar distante, elas ainda estão aqui conosco, ainda moram dentro de nós. De vez em quando resolvem mudar a mobília da casa de nossas lembranças e, então, remexem tudo, tiram tudo do lugar e, de repente, nem o sol brilha igual... depois adormecem em nossa memória mais doce e nos d

ECO DE MIM

Cá estou ... não sei em que fase de mim estou, mas sei que estou. Sinto o eco de mim em algum gesto meu. Sinto que sou eu. Vejo minha sombra projetada à minha frente quando caminho e então sei que sou: eu. Sinto o gosto da saliva que engulo e então sei que sou: eu. Minha voz me engana, às vezes tinge timbres novos, tons outros e penso que não sou eu que falo com minha boca. Nessas horas desespero, sufoco. Corro ao espelho, nu de cascas e casulos, e me encaro com dor e repulsa, e vejo, enfim, que ainda sou eu que habito o corpo de mim. Não sei se tranquilizo ou se agonizo ainda mais. Por um lado sei que não vago por aí perdido de mim, sem um corpo a pertencer, por outro lado, no entanto, sinto o peso de ainda estar preso aqui, dentro de mim, vasculhando porões e calabouços, subindo e descendo escadas, abrindo e fechando portas, gritando e ouvindo o eco dos meus gritos - tudo isso, entretanto, sem sair de mim. Ah, como me cansa esta pri

O ESCORPIÃO

... e não me venham os males Nem os mares da dor Sou o escorpião que espreita Sou o sol que expõe Sou muitos porque sou eu Sou meu veneno, meu algoz Meu calor que mata e ressuscita E o amor é assim marrom Marrom da cor de toda dor...

LABIRINTO

Cavalgar em almas Alheio – ao meio - avesso Eterno como morrer de sóis Assim-me-sou Cavaleiro em armas Sem pouso, sem rumo, sem remo   Há uma paz obscena em cada dor Ninguém dirá que não amei Ninguém dirá que fui feliz... Labirintos, falhas e fugas Calos de suor e gotas de mar   restos gastos de um amar     gor-momento Não se parte...não se perde Apenas se ressuscita ... ... e se morre