Quando o vaso quebrou - o vermelho da flor e o meu sangue vermelho fizeram amor. E a unha que ficou largada na pia me carrega inteiro num DNA.
E se a flor engravidar? Nascerá um pé de mim - com espinhos - e crescerá flor de mim. E se depois a flor não quiser ser vermelha? E se for amarela a flor?
Então só o DNA vai me salvar de ser pai da flor de outro pai... ou talvez o mundo simplesmente descubra que é normal ser amarelo.
Vou embora sem saber se a flor engravidou - sem saber se o pai sou eu - sem saber se será amarela a flor do nosso amor - estranho amor. Só me resta estancar - apanhar os pedaços do vaso e fingir que nunca me entreguei a uma flor - que nunca fui ferido - que nunca amei.
E quem sabe aí o mundo simplesmente descubra que é normal ser amarelo, ou roxo, ou rosa, ou todas as cores juntas formando o branco...
ResponderExcluirsonoras e saborosas cores!
BRUNO SOARES DE OLIVEIRA