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Mostrando postagens de setembro, 2012

O VELHO NINHO

No frágil do passarinho pousei o peso de um passado - assim - impossível de passar Em cada asa o passarinho pôs um sonho não sonhado Nos pés levou meus dias Nas costas minhas noites e nos olhos um sorriso que ficou - assim -  por ser sorrido Voou mundo afora o passarinho semeando mares com meus ais Quando voltou me viu voando refazendo o velho ninho onde - sim - um dia fui feliz

DECLARAÇÃO

Correnteza acima

Foram sustos demais e tudo é anteontem Foram tantos tufões e tremores de pálpebras que, abertas, fecharam - cegas - mudos olhares Os olhares vão aonde os olhos não alcançam cansa demais correnteza acima e voltar não é uma escolha Por baixo d'água é mais doce o silêncio amanhece em mim e me afaga enquanto afoga devagar Desmaiar é correr sem tocar os pés no chão é estar bem cego de olhos bem abertos Por baixo d'água é mais doce e - lá - viver não enferruja...