Enquanto durou a ilusão havia velas acesas. Agora, que o vento apagou as velas, um veleiro cego veleja a esmo - em vão. Vai solidão velando por sobre o mar, sem saber que é ele o morto velado. Piratas sem mares - sem marés - são curvas sem estrada - vulcões sem fahrenheit. Depois que descobri a noite - morreu de frio o sol - assim sem celsius - sem céu. Descoberta a geleira o que lhe resta fazer - senão derreter? Pois bem - se é assim que há de ser - queimem as velas e afundem o veleiro, nada mais me espanta - nem mesmo o caixão no centro de mim - assim - eternamene vazio a me esperar - assim - como quem convida a um velório sem velas.
PALAVRAS NA POESIA DA PROSA NOSSA DE CADA DIA Blog de poesia e prosa ou prosa e poesia - enfim - textos, versos, rimas e não-rimas - sentimentos transformados (transtornados) em palavras. Para cada instante um texto. Para cada texto uma vida inteira