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Mostrando postagens de setembro, 2009

NÃO SER EU

Estou diante do outro que não sou eu E nada há nele que o faça ser eu Nada há Ser eu é um castigo apenas meu Estou diante do branco do pano branco Na pele do homem com pano branco E ele não sou eu Estou diante do preto dos olhos do homem Nos olhos do homem com olhos pretos E ele não sou eu Vivo diante dos que não sou eu Distante de tudo que sou eu Estou no olho que me olha Mas não me vejo lá Nem me vejo preso no olhar Que habita preso em minha face Olho outros olhos na estação E nenhum deles sou eu São olhos de olhar como os meus Mas o olhar dos olhos, Esse não é meu Não ser eu Alforria de me ver bem longe E de me escutar cantando baixinho No fim da fila depois da curva do caminho Até a voz, meu Deus, nem a voz! Vivo diante de tudo o que sou. Eu distante de todos que não sou eu