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Mostrando postagens de setembro, 2015

FOREVER

De repente é tarde demais... Tarde demais pra dizer eu te amo Pra dizer não te amo mais Ou pra dizer tanto faz De repente não tem mais presente Tudo é passado E tudo é distante Tudo ficou preso no retrato Preso em cima da estante No retrato tudo é pra sempre Mas tudo derrete E tudo desmente Esse pra sempre torto Esse fosco pra sempre Que só existe preso no nunca mais De repente é tarde demais...

AUSÊNCIA

Sou os meninos que me comem pelas ruas os que me pisam por dentro Sou o assombro de me ver entre os meninos que me pesam, que me calam, que me ausento lento entre calos - assim - de tanto mudo de tanto ser muda que não planto pranto que nada muda de tanto outro que não-eu desse meu - por nada - sem razão... desse - disponha-me - sem gratidão De todo esse pântano que me desnu da que me inunda quando me fome...

BROTANDO

Tenho coragem de ser eu mesmo a cada novo eu que nasce em mim Mas é preciso deixar pra trás Os eus que morrem na estrada longa... Pois há este novo eu – agora – brotando dolorosamente – cá dentro de mim - com a urgência aguda dos que nascem assim:  ... prematuros demais.

PARTO

Escrever é, primeiro, tsunami - invade inunda arranha Depois é revirar destroços - vasculha mergulha lamenta Enfim é repintar retratos - retira restaura rebenta