As palavras não se entregam facilmente. Elas resistem, disfarçam, fingem não me querer... Levantam do banco fugindo do toque leve dos meus dedos. As palavras dizem que não sou eu o que querem... Deve ser especial o primeiro beijo - e cada palavra calada na hora do beijo há de me custar o preço do sono não dormido. Depois, enfim, elas se entregam a mim. E com as palavras nos braços, ouço as coisas mais lindas: elas me falam do mar e me contam que já eram minhas desde o primeiro momento.
Juntos - as palavras e eu - encontramos a palavra certa - aquela que nos traduz melhor: anestesia.
Anestesiados - as palavras e eu.
Só espero que não passe essa anestesia que nos emudece. Quero viver assim anestesiado - nessa muda anestesia - e que só os olhos tenham palavras para dizer que se querem.
Juntos - as palavras e eu - encontramos a palavra certa - aquela que nos traduz melhor: anestesia.
Anestesiados - as palavras e eu.
Só espero que não passe essa anestesia que nos emudece. Quero viver assim anestesiado - nessa muda anestesia - e que só os olhos tenham palavras para dizer que se querem.
Sinestesia, algo também que tem a inocência da adolescência...
ResponderExcluirgostei do texto, teacher!
aquele abraço,
Rafa Möller