Ainda bem que posso escrever. Cada letra que vou parindo no papel é uma vida a mais que me dou... não fossem as palavras seriam muitas mortes morridas na minha solidão.
Ainda bem que posso escrever. Cada texto é um perdão que me dou. Condenado à morte desde que nasci - só vivo porque tenho palavras demais em mim - e elas precisam gritar - berrar-se ao mundo nesse antiestupro - esse parto essa amputação. O que me salva há de me matar, eu sei ... quando as palavras tiverem todas sido ditas - escritas - cessará meu tempo de perdão - de parteiro de metáforas - pajé de letras prematuras - cessará meu tempo de doer de doar. Que sejam breves as palavras e poucas as rimas que me faltam!
Me sinto assim...por isso sinto compulsão em escrever, e, quando possível, quebrar a regra gramatical para não quebrar a lógica.
ResponderExcluirBeijo/boa semana
BRUNO SOARES DE OLIVEIRA