Passadas as primeiras pressas
escorre lento o que correu ligeiro
dorme até quem
foi sempre passageiro
É o tempo que se faz de louco,
que se finge eterno
que se dá tão pouco
apaga fotos e cadernos
Se há enxurrada
não é água que corre nela
é a pressa que escorre
e ela
nem sabe de seu pouco tempo
de seu caminho torto
de seu vagar sem rumo
sem passos não anda
sem espaço inunda
calçadas e ruas,
mas cabe inteira na sarjeta
que a acolhe e a condena
não é água que corre nela
é o tempo que escorre
e ela
nem sabe que
na mágoa da sua carne
não há água,
há só lama e carma.
Muito bom! Vi o tempo passar e o seu não passar nos seus versos. Encorajei-me a dar uma olhada nos outros poemas. Parabéns!
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