Sinto que a corda me foi jogada e que vou começar a escalada para sair do poço. Aliás, já nem há o poço. Só há a saída a ser subida e a vida inteira lá fora a ser doidamente saboreada por mim (mordida a mordida, pedaço a pedaço). De lamber os beiços - de dar água na boca - de senti-la na língua toda, de engoli-la devagar e digeri-la com o corpo todo. Um sistema digestivo só é pouco demais pra toda a vida que eu quero e tenho pra comer.
A corda não me tira só do poço. Ela me põe na órbita da Lua e de lá me lança para a estrela mais distante. Sei lá se de lá algum dia eu retorno. Sei lá.
A corda não me tira só do poço. Ela me põe na órbita da Lua e de lá me lança para a estrela mais distante. Sei lá se de lá algum dia eu retorno. Sei lá.
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