E o homem aprisionou o tempo em compartimentos
E deu nome aos compartimentos
E chamou de dia e de noite o tempo de um repouso
E chamou de semana o tempo de um cansaço
E de mês chamou o tempo de uma prestação
De estação chamou o tempo da folha nascer, da folha cair
De semestre o tempo de seis luas se encontrarem no jardim
E de um ano o tempo do homem acreditar que tudo vai mudar
A verdade é que tudo é mentira...
No fundo o tempo é que nos fez prisioneiros
Nós é que vivemos presos em compartimentos
Crendo que amanhã será a manhã que esperamos ser
Que o ano que vem será o ano que sonhamos ser
E que tudo vai ser novo no ano novo
Quando o novo, mesmo, somos nós.
E o que fazemos de nós no tempo
Que escondemos no fundo da gaveta
dos nossos mais íntimos nós...
dos nossos mais íntimos nós...
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