E o tempo é um esmeril de alma
- amolando a vai deixando mais fina -
um dia, já bem fina e bem afiada
de tanto o tempo cortar-lhe a pele
a alma já quase sem alma desiste de existir
e se deixa esquecer na esquina do talvez
Lá onde o tempo não tem vez e as almas dormem
todas - amontoadas e azuis...
leves e pesadas (sem peso nem leveza
que as façam acordar)
afinal
alma que dorme é alma que já cansou de tanto penar
e achou por bem hibernar
até o próximo ocidente
resolver enluarar...
Comentários
Postar um comentário