
Hoje quando ouvi teu choro ao telefone senti a inércia dos planetas, a impotência dos mares diante dos maremotos. Ouvi teu choro e só ouvi porque é tudo que nossa distância me permite fazer.
Quis romper as dimensões, rasgar os espaços nos mapas que nos afastam. Quis desmanchar os trópicos, reverter a ordem das horas. Pedir demissão e gritar no meio da reunião que estou indo embora viver de uns braços que me saciam as sedes todas e todas as fomes. Gritar que é de amor que vou dar aulas e só. Quis parar o carro no meio da avenida, buzinar uma canção apaixonada - dizendo que está fazendo falta - parar o tráfego e dizer que tudo não vale nada - que só me valem teus olhos, tua boca dizendo give me kisses, teu beijo que me ensina as línguas que nem sei se existem - teu peito onde morei a vida toda e nem sabia.
Mas o que fazer se te ver não basta?
Esperar pacientemente é o que nos resta. Que essa espera seja breve, e que a paciência seja longânima.
ResponderExcluirSimplesmente lindo!
ResponderExcluirLindo!
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