Por que, de repente, é tudo tão pesado? Por que a menina que habita os olhos teus deu-me as costas de repente?
Por que o ninho do passarinho não protege o passarinho da chuva nem do sol nem do predador? Tudo agora é presa na boca aberta do predador - sentado na esquina - paciente, resignado, indiferente - esperando que tudo acabe para levantar, vir até mim, sentar ao meu lado e me chamar de parceiro das solidões. Por que, depois de arrancadas as unhas, os dedos ainda pensam que elas lá estão e se sentem no direito de apontar caminhos, de furar histórias, de roer-se, enfim? Saber do que sei de mim não vale mais. Mais me valeria o valor imensurável do silêncio certo, da pausa perfeita. Os acordes não fazem a canção - só o silêncio pode a melodia revelar - sem o silêncio somos todos surdos pendurados em pêndulos eternamente indo e eternamente vindo sem jamais sair do lugar.
Pertubador...
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