Percebe que há um pedaço de impasse no teu passo
e uma ponta de lapso na outra ponta da ponte...
Caminha até o outro lado da ponte e de lá
- da outra ponta da ponte -
espia tu a te espiares de cá pra lá
de lá pra cá...
Não é preciso precisar o momento nem o espaço
teu passo e teu presente - tudo preso na imprecisão do
agora é tarde pra tomar sorvete
é cedo pra tomar vergonha
e é nunca pra tomar aspirina com champagne...
Mas acorda antes do fim da ponte
é importante
É mister e salutar que acordes antes de dormir
E que vivas, ainda que por instantes
antes de morrer
Sim, é deveras salutar lutar por estar aqui...
deste lado do sempre - onde já se conhecem as dores e as cores -
ainda que sejam sempre as mesmas cores e as mesmas dores.
Do outro lado da ponte, vai que, por ironia circular...
algum vazio pior que este te espera pra brindar...
Ah, e finalmente... evita olhar a paisagem toda do lugar -
ela é por demais enganadora. E pode te fazer, de repente, até pensar
que estás viva quando, de fato, estás somente e sempre a atravessar.
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