Antes era tudo um porvir. Hoje já é tarde demais. Amanhã nem sei se haverá. O tempo é ímpio. Não quero o ópio nem o ócio dos afogados. Quero o silêncio do pensamento mudo e alheio a mim. Quero o ódio dos ossos escravos da musculatura vã que me arrasta pelas calçadas ébrias de tantas noites de caladas luas e mulheres nuas. Todas as carnes, suas carnes cruas. Fatal catalepsia que me assombra as madrugadas de tontura e solidão.
Não sinto falta de mim quando me despedaço e vou Sinto que sobra espaço no que me fica quando me despeço e voo e se a palavra sair calada não espanta, apanha o silêncio e escuta vigia meu sono devagar e não me deixe nunca perder seu rastro perder seu signo no mormaço - saciado cio - do nosso olhar: altar do meu sair sempre pra fora de mim...
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